acupuntura

10 segredos que você não sabia sobre Acupuntura

Algumas curiosidades que você provavelmente não sabia sobre a Medicina Tradicional Chinesa, em especial a Acupuntura. Por ser uma ferramenta milenar e não criada no ocidente, algumas perguntas podem fazer diferença na hora de escolher seu tratamento. Então, vamos lá!

1. Fisiologia diferente

A resposta é sim, na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é totalmente diferente. A fisiologia como estudamos aqui na medicina ocidental é bem focada para função física do orgão, como por exemplo o coração para bombear o sangue ou os rins para filtrá-lo. Apesar da MTC não desconsiderar isso, ela não estuda um tratamento específico olhando para isso, uma vez que os problemas que os orgãos apresentam são meramente resposta ao problema inicial. Sendo assim, estuda o que pode estar acontecendo para aquela sequela, sinal ou sintomas estarem presentes. A medicina chinesa presta especial atenção para queixas subjetivas do paciente e prescreve combinação dos pontos de acupuntura e fórmulas herbáceas nutritivas baseadas na totalidade dos sintomas objetivos e subjetivos. Observe na tabela abaixo que a MTC não desvincula o ser humano da natureza. Tudo que ocorre está devidamente relacionado:

 MadeiraFogoTerraMetalÁgua
órgãoFígadoCoraçãoBaçoPulmãoRim
VísceraVesícula
Biliar
Intestino
Delgado
EstômagoIntestino
Grosso
Bexiga
Órgão do Cinco SentidosOlhosLínguaBocaNarizOuvido
TecidosTendãoVasosMúsculoPele
e Cabelos
Ossos
EmoçãoAgressividadePrazerPensamentoDesgostoMedo
OrientaçãoLesteSulCentroOesteNorte
CorVerdeVermelhoAmareloBrancoPreto
SaborAzedoAmargoDocePicanteSalgado
NaturezaVentoCalorUmidadeSecuraFrio
Estação do AnoPrimaveraVerãoInterestaçãoOutonoInverno
Crescimento e DesenvolvimentoGerminaçãoCrescimentoTransformaçãoColheitaArmazenagem

Então, as diferenças são bem distantes. O terapeuta tenta compreender o máximo possível de sinais de cada elemento indicativo do corpo e sua relação com o espaço natural.

2. O acupunturista coloca algum Líquido na agulha?

Não. O acupunturista não é recomendado colocar nenhuma substância para ter os resultados que ela já oferece. Nem mesmo quando o tratamento tenha como objetivo a analgesia (retirada de dores) não tem referência para melhor tratamento. No entanto, existem profissionais que passam florais e óleos essenciais relacionados com a problemática do paciente nos pontos antes da aplicação, o qual tem se dado o nome de Aacupuntura Aromática”. Não há estudos bem desenhados que garantam resultados da aplicação de essência nos pontos de acupuntura. Dessa forma, a proposta clínica é absorção de propriedades coadjuvantes e principalmente fazer com que o óleo essencial escolhido seja inalado pelo tempo de disponibilidade dele na pele e gerar a seus benefícios. Os teóricos confirmam que os resultados são mais pelas respostas terapêuticas olfativas que realmente por estar na pele onde fora aplicado a agulha.

Se quiser saber um pouco mais sobre essa relação Acupuntura e Essências, <<veja aqui>>

3. Quantos pontos existem e podem ser usados?

Originalmente havia 365 destes pontos, correspondendo ao dias do ano, mas o número identificado pelos proponentes durante os últimos 2000 anos aumentou gradualmente para cerca de 2000 (Skrabanek, 1985).

Mas normalmente o terapeuta usa na Acupuntura sistêmica (corporal) entre 10 e 20 agulhas. E em Auriculoacupuntura (orelha) se usa entre 3 a 8. A quantidade de agulhas dependem dos objetivos. Até porque existem procedimentos que exigem utilizar mais agulhas, como por exemplo, pontos de mobilização energética e potencializações locais em quadros de dores.

Redução de gordura abdominal

4. Existem pontos que não podem ser colocados agulhas?

Na verdade, todos os pontos podem ser utilizados. Porém, nem todos podem ser agulhados. Isso porque alguns estão localizados em locais que devem ser evitados agulhamentos, como por exemplo ponto IG4 não pode ser aplicado em Gestantes por potenciais abortivos*. Os pontos do meridiano do estômago E14, E15 e E16 em inserção profunda podem lesar o Pulmão.

*GRAVIDEZ (PONTOS CONTRA-INDICADOS):
Primeiro mês BP2 F2
Segundo mês VB34
Terceiro mês CS8
Quarto mês TR4 TR10 CS6
Quinto mês F9
Sexto mês E40 E45 IG10
Sétimo mês P7 P11
Oitavo mês IG1 IG2 IG10 IG11
Nono mês IG4 R1 R2 R7
Em geral E36

Para mais pontos proibidos <veja aqui>

5. Quanto tempo dura o efeito de uma aplicação?

Convencionalmente temos os efeitos terapêuticos e os adversos . Os primeiros são os motivos pelos quais o paciente buscou a terapia. O segundo, que podem ser positivos ou não, não estão diretamente envolvido com o objetivo. Em minhas observações clínicas, os efeitos adversos, como relaxamento e sonolência levam de 10 minutos a 8 horas para passar. Já os terapêuticos tem duas respostas comuns: efeitos por até 2 semanas (melhoria do sono e sexualidade) e algumas exceções há remissão completa do quadro clínico, objetivo terapêutico, com apenas uma sessão.

6. Qualquer um pode ser acupunturista?

Não tendo uma legislação ou regulamentação da acupuntura no Brasil, não há uma restrição para quem pratica. Mas normalmente, o que temos no Brasil é a recomendação de que os cursos sejam feitos por pessoas da área da saúde. Outra recomendação, tanto da Organização Mundial de Saúde (OMS) como de algumas instituições com largo vínculo histórico CHINA/BRASIL, recomendam que os tempos mínimos de carga horária sejam 1200 h/a com práticas clínicas indispensáveis.

Como falei, a OMS prevê a formação de pessoal em 4 níveis:
1) O Acupunturista não-médico com treinamento completo, que atua autonomamente nos Sistemas Nacionais de saúde, cuja carga horária de treinamento deve ser de no mínimo 2500 horas (incluindo estágio), e inclui matérias sobre Medicina Ocidental;
2) O Médico com formação plena em Acupuntura, com 1500 horas de treinamento, que usa a Acupuntura em toda a sua extensão;
3) O Médico com formação limitada em Acupuntura, com no mínimo 200 horas de treinamento, que usa a Acupuntura apenas como um complemento à sua prática clínica;
4) e finalmente o pessoal com formação limitada em Acupuntura para atuação em serviços primários de saúde (Agentes de Saúde).

7. É preciso ter uma preparação antes de se submeter a acupuntura?

Não e sim. Bem, deixa eu explicar. Não há nenhuma recomendação especial que seja exigido para se submeter à técnica. Entretanto, existem recomendações do que não se deve fazer ao fazer, como por exemplo não ter terminado de comer (pratos principais ou que do intestino), pois pode alterar a percepção do terapeuta no momento da avaliação. Grávidas também tem suas questões. Na verdade, quem tem que tomar os maiores cuidados é o profissional que pratica MTC, pois existem pontos que complicam a gravidez. Também não se pode fazer o procedimento em pessoas epilépticas ou esquizofrênicas em crise, pois podem involuntariamente lesionar. Mas estes pacientes se beneficiam muito dos resultados.

8. Existem atendimentos de urgência com acupuntura?

Sim, existem grande maioria das intervenções na acupuntura possuem respostas rápidas que podem ser muito bem utilizadas em situações emergenciais. Na revisão sistemática da Cochrane publicada em 2015 temos que as evidências apoiam o uso da acupuntura no ponto PC6 (acuponto clássico de eleição) para reduzir as náuseas e vômitos em pessoas que acabaram de ser operadas, em comparação com uma acupuntura “sham” (em um ponto falso) ou em comparação com o uso de antieméticos. Esta revisão traz os resultados de novos estudos publicados entre 2009 e dezembro de 2014. (ver abaixo). A pressão no ponto também tem resultados significantes (acupressão).

Os cientistas não tem mais dúvidas sobre a eficiência e eficácia do ponto PC6. Porém, é importante que seja observado situações de necessidades específicas. Se quiser saber mais <veja aqui>

9. É a ferramenta mais utilizada pelo médico da MTC ?

Não. É a mais estudada e aceita no mundo ocidente. Mas na sua criação a Fitoterapia é mais utilizada que a acupuntura. No entanto, cabe observar que o que melhor sugere a técnica é a demanda do paciente. Algumas síndromes, como “invasão do frio”, é melhor tratada por Moxabustão, por exemplo. Pode usar agulhas? Sim, mas o fogo do bastão de moxa aplicado nos locais certos expulsa o frio de forma bem mais célere.

10. Acupuntura trabalha com protocolo específico pra doença?

Pra responder temos que pensar um pouco. Normalmente, quem gosta de protocolo é Acupunturista que não sabe avaliar ou que tem preguiça de fazer o processo avaliativo que é um pouco demorado. O acupunturista ocidental ama protocolo. Dá certo? Nem sempre, pois algumas síndromes são de falso padrão de Yang, o que leva a fazer manejos errados. Avaliar é o que deve ser feito para um resultado mais eficaz.

É errado usar protocolos então? Não é bem assim. O certo é: Se não tem tempo de avaliar o paciente, como numa emergência que requer ação rápida? Use protocolos. Caso contrário, avalie com calma e veja qual o problema a ser enfrentado, equilibrando e harmonizando no paciente como um todo para só então dispensar os cuidados.

Não poderia deixar de comentar sobre a origem da Acupuntura em si. É um momento crucial para entendermos alguns critérios utilizados para os pontos de acupuntura. Eles se focam na natureza da época e em como os pontos se assemelhavam na natureza. Assim, fiz o ponto 11:

11. Qual a origem real da Acupuntura (extra)

Estudos arqueológicos na China encontraram instrumentos muito parecido com agulhas de pedra polida, sugerindo que o homem pré-histórico já utilizava formas rudimentares de Acupuntura. Os instrumentos de pedra começaram a ser usados durante o período Neolítico (12.000 a 2.000 a.C.), quando os animais como cachorro e porcos foram domesticados. A pedra Bian, que era o sílex (pedra de isqueiro), finamente trabalhada, representaram as primeiras agulhas de Acupuntura; porém, utilizavam-se também agulhas de osso e madeira. De acordo com a tradição, o organizador da Medicina Chinesa teria sido o lendário Huang Di, o Imperador Amarelo, fundador do império da China há cerca de 2.700 a.C., iniciando uma longa tradição de imperadores médicos.

Porém a, mesmo tendo surgido a mais de 4.500 anos, a acupuntura só se espalhou pelo Ocidente neste século.

Década de 50: O governo chinês cria centros de pesquisa e integra os conhecimentos de medicina ocidental e oriental.
1972: Durante a viagem do presidente Richard Nixon à China, o jornalista James Reston tem de ser operado às pressas, vítima de apendicite, e é anestesiado com acupuntura. O mundo descobre a terapia chinesa.
1988: O tratamento é introduzido no Sistema Único de Saúde (SUS).
1997: O Instituto Nacional de Saúde dos EUA recomenda aos sistemas de saúde que subsidiem o tratamento.

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