Que o aborto é uma situação controversa e triste, todo mundo concorda. Mas até que ponto essa dor afeta as mulheres? Como prevenir os efeitos dessa tragédia?
De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico American Journal of Obstetrics & Gynecology, muitas mulheres atendem aos critérios de estresse pós‑traumático e apresentam ansiedade moderada/grave e depressão moderada/grave um mês após a perda precoce de uma gravidez.
Os pesquisadores observaram que os critérios para estresse pós‑traumático foram atendidos por 29% e 18% das mulheres com perda precoce de gravidez após um e nove meses, respectivamente. Ansiedade moderada/grave foi relatada em 24% e 17% após um e nove meses, respectivamente. Ansiedade moderada/grave foi relatada em 11% e 6% das mulheres após um e nove meses, respectivamente. Após um aborto espontâneo, as proporções de estresse pós‑traumático, ansiedade e depressão foram de 16%, 17% e 5%, respectivamente, após nove meses. No caso da gravidez ectópica, os números correspondentes foram 21%, 23% e 11%, respectivamente.
Qual a melhor forma de tratamento para este tipo de transtorno? Segundo o caderno Técnico de tratamento de TEPT nacional, é “a abordagem Cognitivo-Comportamental, devido à sua eficácia comprovada no tratamento do TEPT e por ser uma abordagem diretiva e estruturada de curto prazo”.
Lembrem-se que o estresse também interferem no organismo do bebê. Um estudo feito nos Estados Unidos, publicado no periódico JAMA Pediatrics revelou que que ansiedade e estresse no segundo trimestre de gravidez estavam associados a alterações de crescimento no hipocampo e no cerebelo, áreas responsáveis pela memória, aprendizado, coordenação motora e desenvolvimento social/comportamental.
Se cuidem direitinho futuras mamães. Façam terapia. Abraços.